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quinta-feira, 18 de abril de 2013

CAPÍTULO 06


Música que embala o capítulo:

José Augusto – Aguenta Coração
https://www.youtube.com/watch?v=bvsukxvUJ84 


Sunny - Jennyfer Hunter 

Depois daquela pergunta... “– tá prontinha pra mim?” -, a única forma de responder seria dando para ela o que eu queria naquele momento...
Pulsar, gemer, mexer... sentir e ser prazer tornou-se necessário como o ar e imensurável como o tempo.
Antes do início do ápice, minha última visão foi daqueles olhos vivos, ávidos por satisfação se fechando, enquanto ela me lambia, me provava pela primeira vez.
Sutileza...
Descoberta...
Entrega...
E antes que pudesse ter minha consciência de volta, Camila voltou a movimentar aquela língua... devagar... e depois aumentando o ritmo... me proporcionando mais outros deliciosos momentos de clímax.
Duas... três... quatro e ...
Ela me chupava com tanta avidez e vontade que eu desejei que aquele momento não acabasse... até que respirar tornou-se impossível.
O que mais queria era que aquela mulher continuasse me transformando em uma nova mulher a cada gozo permitido... mas eu precisava... necessitava... iria estourar ali se não pedisse... um tempo...
Sorri e a puxei pra mim...
Fiquei por cima dela... explorando pescoço, queixo, colo... passeando pela novidade sensual que suspirava embaixo de mim... Camila deixou-se levar embaixo de mim... mexendo, pedindo, implorando por mais... encostei a ponta do dedo no meio de suas pernas... ela gemeu alto pela primeira vez... ela pedia e eu aumentava o ritmo das caricias... ela me presenteava com aquele líquido que lubrificava mais e mais meus dedos...
Aquela mulher, aparentemente tímida, nada parecia isso enquanto eu a explorava com minha boca, alternando as lambidas em cada seio...
Camila era pura entrega, parecia tão à vontade que tive a ligeira impressão de que já nos conhecíamos na cama... gemia e pedia para eu não parar... então, percorri o caminho do seu ventre de forma lenta... cuidadosa, desconhecida, mas curiosa... com a certeza de que encontraria o novo e daria a ela o prazer pretendido. No meio e melhor do caminho, afastei suas pernas lentamente... podia sentir a respiração ofegante e implorante dela... ela queria... eu desci e a toquei... fazendo Camila soltar um gemido alto... num total estímulo à cadencia dos toques da minha língua entre suas pernas... até que ela segurou-me com força pelos cabelos e deixou-se esvair... libertando e liberando o mais puro resultado de um desejo retesado, contido... uma liberdade intensa, quente e incontrolável... causando em mim puro frenesi... Redescoberta... e satisfação catártica. Ela se aninhou em meu pescoço assim que joguei meu corpo em cima do seu... pela primeira vez em toda a minha vida eu senti algo que nunca consegui sentir por nenhuma outra pessoa. Queria permanecer ali com ela enquanto fosse permitido...
Mas o destino resolveu me mostrar que não seria bem assim no momento em que ela me disse: “-Eu... Tenho que ir.”
Simples, seca, fria, insensível...
Quase colada naqueles lábios deliciosos, olhei profundamente dentro dos seus olhos e mais pedi do que perguntei...
- Por que não fica?
Mas Camila causou a separação dos nossos corpos para sentar-se na beira da cama... a única coisa que ainda nos ligava naquele momento eram nossos olhares... os meus buscando e tentando descobrir o motivo daquela repentina mudança de comportamento. Há minutos atrás era ela que me desejava, me consumia e se entregava... e agora ela queria ir embora... deixando isso perceptível ao cortar o contato visual enquanto procurava por suas peças intimas...
Precisava saber... perguntar... esclarecer... e ao chama-la baixinho, transpareci toda uma fragilidade que achei que não tivesse...
Será que ela não havia gostado? Teria sido ruim? Foi impossível não me sentir insegura naquele momento.
Camila me olhou enquanto eu me reaproximava dela, me oferecendo inteiramente... me insinuando... dizendo que a queria um pouco mais....
E ao menor sussurro, ela correspondeu... alimentando-se de mim... devorando-me insaciavelmente.


Uma, duas e outras vezes depois, ela descansou seu corpo em cima do meu... recuperando sua respiração e me concedendo o prazer de sentir a pele suada daquelas costas...
Meu pensamento varria, procurava no mais profundo do meu subconsciente qualquer sentimento que eu já tivera por alguém, cujo eu pudesse achar similaridade... queria uma forma racional de dizer pra mim que ela não era tão maravilhosa assim... Mas não vinha ninguém que tivesse causado e me dado o que acabara de receber. Mais uma vez era ela... a pessoa... mulher... que tinha bagunçado qualquer afirmação da minha existência...
Camila buscou meu olhar... sorri para ela... feliz... satisfeita... Mas o dela não era igual ao meu... temendo o que poderia vir, a beijei e fui recepcionada de forma cálida, ardente... até que ela decidiu ir embora.
Sim... De novo... e dessa vez, de vez.
Desapontamento.
Frustração.
Tristeza.
Acompanhei cada movimento dela enquanto procurava e encontrava suas roupas... o que, pra mim, só mostrava que a distância estava mesmo prestes a acontecer... quanto mais ela se vestia, mais inflava o sentimento ruim de que não me queria mais... de que estava saciada... satisfeita... que tinha acabado por ali... sem remorso... sem ligação alguma... só diversão e escape. Já não a enxergava mais... perdi-me no tempo em meus pensamentos... e só me dei conta de que ela ainda estava ali quando me beijou ao se despedir... virou de costas, abriu a porta e me deixou ... daquele jeito... nua... no centro da sala... deixando como rastro apenas o som forte da batida da porta como se fosse um soco na boca do meu estomago.


Levei um tempo para sair daquele transe... minha mente, talvez por proteção, ficou tão estática quanto, e comandou meu corpo para que fosse reflexo disso. Com certeza, em qualquer outra ocasião, eu teria saído porta afora e dito poucas e boas para a individua. Mas com Camila tudo era e estava sendo totalmente diferente...
O movimento foi sendo recobrado... senti meu rosto molhado... e só então percebi que tinham escorrido lagrimas produzidas na inércia... passei a mão querendo não só secar o rosto, mas também limpar os rastros deixados por aquela mulher. Em vão.
Enquanto ia caminhando para o quarto, fui recolhendo as peças de roupas como quem recolhe cacos estilhaçados de louça estimada como relíquia...
Joguei meu corpo na cama... vazia e ao mesmo tempo repleta de marcas e lembranças deixadas por ela... senti seu cheiro no lençol e deixei o choro vir... primeiro sacudindo, balançando, misturando com força tudo que passava em meu pensamento... para em seguida decantar os sentimentos já existentes dos novos... prazer, frustração, alegria, decepção, desprezo, esperança... cada um tentando estar em seu devido lugar, mas com a certeza de que nenhum processo de separação de misturas conseguiria apartar, desprender, desagregar. Só me lembro de ver o dia clareando quando o corpo, vencido pelo cansaço, me permitiu dar uma trégua à minha mente...


Quando acordei já estava tarde... E meu primeiro pensamento foi direto nela... repassei involuntariamente as cenas como uma autoflagelação...
Mas após sentir as dores na carne e no peito... decidi que eu não merecia ficar daquele jeito. Eu havia permitido que aquilo acontecesse... sim, permiti. Mas foi ela a insensata e cretina da história.
Ter me deixado daquela forma era inaceitável, inconcebível, imperdoável...
No entanto, mesmo eu me sentindo usada e descartada, eu não me arrependia de nada. Poderia parecer contraditório, mas é que eu havia gostado do que tinha acontecido. Foi maravilhoso me perceber daquela forma enquanto estávamos juntas; ela me fez entender o que realmente me dava prazer...
Mesmo pensando assim, me sentir de bem comigo, não a isentava do que tinha feito... um beijo e uma batida de porta. Sequer um olhar para trás ou para me dar aquele sorriso que tanto havia me encantado.
Doía me sentir subjugada, porém, eu precisava ter animo para sair daquele buraco onde havia me jogado sem saber qual era ao certo sua profundidade...
Ela não podia ter agido assim. E eu não a perdoaria.
Não!
Então levantei... o sol estava lá... me convidando pra sair... mas não queria ver nem estar com ninguém naquele domingo. Ao sair do quarto liguei o som alto... com a intensão de me distrair... ledo engano. A música que tocava me fez pensar nela de novo e de novo...

“Coração... diz pra mim 
Por que é que eu fico sempre desse jeito?
Coração... não faz assim
Você se apaixona e a dor é no meu peito
Pra que que você foi se entregar
Se na verdade eu só queria uma aventura?
Por que você não pára de sonhar 
É um desejo e nada mais..”

Tentei impor a imagem da Camila falando os dois últimos versos pra mim... é um desejo e nada mais... e também tentava acreditar que da minha parte, era só isso. Mas não... lá no fundo eu sabia que estava perdida naquele sentimento despertado no momento em que a vi sentada naquela cadeira de praia... no momento em que nossos olhos haviam se cruzado...

“... E agora o que é que eu faço 
Pra esquecer tanta doçura
Isso ainda vai virar loucura
Não é justo entrar na minha vida
Não é certo não deixar saída, não é não...”

Minha mente foi se lembrando de cada momento breve que tivemos juntas... de nosso passeio de moto... do toque de mãos e abraço apertado... do primeiro beijo... e naquele momento eu senti... eu soube que estava fadada a sofrer por ela...

“Agora aguenta coração
Já que inventou essa paixão...”

Ela havia me avisado, me contado, me mostrado que seria difícil...

“Eu te falei que eu tinha medo 
Amar não é nenhum brinquedo...”

Mas eu quis arriscar... era instintivamente necessário... precisava dela... eu sentia...

“Agora aguenta coração
Você não tem mais salvação
Você apronta e esquece que você sou eu...”

- Para!!!!
E com um desespero latente, gritei sozinha enquanto levava as duas mãos à cabeça... balançando-a e desejando expulsar de vez Camila de meus pensamentos.
Gritei mais uma vez e disse pra mim mesma que a partir daquele momento aquilo seria somente passado... somente passado.
Troquei a estação do rádio para uma com músicas mais animadas... Tomei um banho... coloquei um short e uma blusinha e resolvi que iria sair.
Peguei o telefone e só assim percebi que ele estava sem bateria. Estava até achando estranho que ninguém tivesse me ligado, afinal de contas as meninas viram que tínhamos saído juntas do Pub. E como elas eram curiosíssimas, era de estranhar mesmo que não tivesse me ligado.
Agora fazia sentido... coloquei o phone para dar uma carga, peguei meu mp3 e saí... tinha que deixar aquele ambiente se não quisesse ficar remoendo as cenas e tudo o que me fazia lembrar daquela mulher.
Caminhei sem uma ideia de lugar na cabeça. A única coisa que eu não queria era encontrar com as meninas. Não podia ir até a barraca delas, pois iriam me fazer um monte de perguntas, e ainda corria o risco de encontrar com Flávia e sua trupe. Com a raiva que estava da Camila, não saberia o que fazer se desse de cara com ela. Das duas uma: Ou dava na cara dela ou me jogava em seus braços. 


O sol já tinha partido... andei em sentido contrário do da barraca da Ive e Lu... até que, por fim, acabei sentando em uma pedra que me presenteava com uma vista linda e reconfortante de Porto Belo. Gostava de estar ali... sempre que precisava pensar um pouco ia pra lá.
Fiquei admirando o mar e inevitavelmente vieram lembranças das minhas aventuras pelo mundo afora, dos lugares pelos quais passei pegando carona por aí, das festas regadas de bebidas e de muitas pegações... mas pela primeira vez não vi sentido naquilo tudo. Havia conhecido tanta gente, ficado com tantos rapazes, mas o sentimento nunca havia sido de plenitude... e mais uma vez, tal pensamento justificava ir até ela... Camila... Camila. Camila... que Droga!


A temperatura foi caindo muito rápido, de forma a deixar o vento gelado demais... tinha esfriado um pouco... nuvens estavam se formando... para evitar de pegar chuva, peguei o caminho de volta pra casa... Aquela saída havia me feito muito bem.
O choro havia dado uma trégua aos meus olhos inchados. Estava muito pensativa...  Decidi que não ia mais me decepcionar com ninguém mais. Não ia esperar nada de ninguém... E uma coisa era fato! Não queria saber de Camila nunca mais! Mesmo que meu coração tentasse me mostrar o contrário. Eu queria acreditar naquela afirmação.
Não deu tempo de chegar antes de pegar a chuva... cheguei em casa encharcada ... fui direto para o banheiro tomar um banho quente...
Após sair do banho, liguei o celular e fui vendo que tinham várias mensagens da Lu, Ive e do Chocolate... mas nenhum outro número desconhecido havia me ligado. Nem mesmo o da Flávia.
Joguei o aparelho no sofá com raiva, pois no fundo queria acreditar que ela fosse ligar ou reaparecer... liguei a tv e fiquei ali... deitada... pensamento tentando prestar em qualquer coisa que não me remetesse a ela. Impossível.


A segunda chegou com um sol lindo lá fora... e eu cheia de dor no corpo... havia dormido toda encolhida no sofá... mas era mais do que isso... eu estava mole mesmo... me sentindo estranha... cabeça pesada... Mesmo indisposta me forcei a preparar um café, que desceu incomodando a garganta. A casa estava uma bagunça só, mas não tinha disposição para arrumar nada. Deitei no sofá novamente... zapeei um pouco os canais, procurando algo de interessante. O frio foi ficando mais forte... e antes de eu me aconchegar debaixo da manta, ouvi o barulho de um carro estacionando, para instantes depois tocarem a campainha. Me enrolei naquele tecido que eu ia fazer de cobertor e levantei para atender. Advinha? Estava demorando. Ive e Lú vieram caminhando ao mesmo tempo em que analisavam meu rosto. Chegaram perto e Ive veio logo dizendo:
 - Mulher, tu tá viva? Desde ontem você não dá sinal de vida. Tá tudo bem? - Indagava enquanto me abraçava.
- Está...está sim.
Devolvi o abraço forte. Mas por mais que eu tentasse, a minha voz não me deixava mentir.
- Tem certeza?  
Ela falou enquanto colocava a mão na minha testa.. e continuou:
- Sunny... você tá quente! Isso é febre.
Lu toda preocupada perguntou se eu já tinha tomado remédio, mas eu havia dormido... não sabia que estava daquele jeito como elas estavam dizendo.
Elas entraram, e Lú já foi logo metendo a mão no armário, procurando o termômetro.
Sentei e me cobri automaticamente.
- Toma... coloca isso debaixo do braço.
Ordenou. Realmente eu estava quente mesmo.  
Ive não se aguentou e começou com a inquisição. 
- O que você tem que está com essa carinha? A gente sabe que não é por causa da febre... vai... conta...
- Ah sei lá... tô um pouco pensativa, Ive...
Dei aquele sorriso falso e nada convincente. Lú, atenta como só ela, sabia que tinha acontecido alguma coisa. Foi comendo pelas beiradas.
- Ontem as meninas não apareceram na praia. Acho que foram embora logo cedo. Você se despediu delas?
Perguntou enquanto sentavam no outro sofá de dois lugares.
- Não. Não falei com ninguém ontem.  - Respondi.
- Nem com a Camila? - Perguntou Ive.
- Deixa de ser indiscreta, mulher! - Ive foi repreendida por sua mulher na mesma hora.
- Tadinha Lú, deixa a Ive. Então... não falei nem com a Camila.
- Como assim?
As duas perguntaram juntas. Resolvi falar, não ia conseguir esconder por muito tempo mesmo.  
- Bem... Já que estão sentadas, vou contar logo. Vocês viram que saímos juntas do Pub, não viram?
Elas assentiram... esperando...
- Nós viemos pra cá e ... rolou! Transamos.
A cara das duas era de espanto, perplexidade... Mas um espanto bom...
- Vocês transaram? Uauuuu Que maravilha!
Não se contendo de curiosidade, Ive continuou:
-  E como foi? Conta! 
Lú permaneceu imóvel, apenas me analisando.
- Ah...foi ... foi bom.. não. Foi maravilhoso! Tinha tudo pra ser excelente... mas...
Se fez um silencio. Nenhuma das duas teve coragem de perguntar. Coube a mim dar continuidade naquela história...
- Mas assim que terminamos ela levantou e foi embora.
Eu podia ver nitidamente a decepção e surpresa surgindo no rosto delas. Incrédula, Lú perguntou num tom sombrio, sério...
- Ela... ela fez o quê? Você só pode estar brincando.
- E por que eu brincaria com isso? É isso mesmo que você acabou de ouvir. Transamos, gozamos, mas depois ela disse que precisava ir... levantou, se vestiu e saiu por aquela porta sem nenhuma cerimônia.
Minha voz já estava embargada novamente... Levantei para tentar disfarçar e pegar algo pra beber... Luciana xingou Camila!
- Que mulherzinha filha da puta! Ela... eu vou ligar pra ela agora!
Depois que eu enchi um copo de água, falei para as duas... na verdade, mais pra Lu do que pra outra, que ficou só ouvindo.
- Lú, o que eu podia esperar dela? Ela me deu o que tinha pra me dar...
- Então você já está conformada com isso?
- Não é isso, Lú. Mas é que eu sabia... ela deu sinais de....
Abaixei a cabeça tentando não lembrar da cena em que Camila me beijava pela última vez e partia... mas foi inevitável. Deixei uma lágrima sair... as duas ficaram olhando apenas... ao limpar o rosto, completei:
- Não a culpo... Ela não tinha como saber, né?
- Perae! Mas ela nem percebeu?
Ive me perguntou completamente incrédula...
Abaixei a cabeça enquanto respondia com um simples não...
- Caralho, Sunny! Ela foi sacana demais pro meu gosto!
Completou a mais velha... Com raiva nos olhos ela continuou:
- Sunny.. essa mulher foi escrota contigo. Ela merecia ouvir poucas e boas e...
- Vai passar... daqui a pouco eu estarei melhor.
Lú ficou quieta, me olhando e com certeza se controlando para não explodir também. Ela levantou, tirou o termômetro e constatou.
- Nossa, Sunny! Trinta e nove de febre e você dizendo que não tinha nada? 
Já estava com a mão na caixinha de remédio. Puxou um paracetamol e mandou eu tomar. Obedeci, é claro!
- Olha... infelizmente precisamos ir para abrir a barraca. Toma esse remédio, beba bastante água, se alimente e repouse. À noite, voltaremos aqui pra ver como a senhorita está e terminarmos essa conversa, ok?
- Tudo bem. Vou ficar aqui quietinha.
Lu me deu um abraço e um beijo e sua mulher ao me abraçar, falou:
- Levanta essa cabeça. Você é muito mulher pra ficar assim.
Me deu um beijo e então partiram.
Voltei a me aconchegar no sofá me cobrindo com o cobertor. E foi inevitável não pensar na Camila.


Ao longo do dia tomei mais remédio e descansei... Acordei com a campainha tocando novamente.
Já era noite... Levantei com dificuldade e fui lá abrir a porta.
- Quem é? - E como resposta veio a voz da Lú. - Perae! Já to indo! 
Abri a porta pra ela, que estendeu a mão e disse:
- Ive fez pra você!  
Uma marmita e um bolo de cenoura com chocolate. Agradeci e abri caminho para que ela entrasse. Antes dela sentar, verificou se eu ainda estava com febre...
- Hum... cadê o termômetro, queridinha? 
- Tá ali... 
Colocou de novo embaixo do meu braço e falou pra eu continuar sentadinha. 
Foi até a cozinha e voltou com pano de prato, copos, pratos e faca. 
- Coma! Você precisa se alimentar. 
Depois que dei a primeira garfada, notei que estava faminta. Lú puxou o objeto debaixo do meu braço e analisou meu quadro clínico.   
- Bom... vejo aqui uma leve melhora. Você ainda está febril. Com 37,5º. Precisa continuar tomando remédio, comendo e repousando. 
- Obrigada por se preocuparem comigo. 
- Que isso! Tem que agradecer não. Somos a sua família, lembra? ... sorriu e continuou... - Bom... passei aqui para ver como está a senhorita?  
- Agora estou bem, Lú. Digerindo. 
- Imagino! Cara, eu fiquei com muita raiva daquela fulaninha... mas...
Falou com bastante cuidado para não me machucar:
– Você tentou se colocar no lugar dela? Tentou entender porque ela saiu daquele jeito?
Eu realmente havia pensado nisso. Realmente para Camila não deve ter sido fácil, mas era difícil pra mim não sentir uma repulsa, mais pela forma como foi. Ela poderia ter conversado comigo. Mas não, me deixou ali...
- Sim, Lu... entendo, mas não quero compreender. Também estou machucada.
Ela concordou comigo... sabia que eu precisava de tempo para digerir o que havia acontecido... e que eu seguiria adiante sem Camila, pois era uma certeza pra mim não tê-la novamente.
Conversamos mais um pouco, até que ela precisou ir... disse que me ligaria amanhã pra saber como eu estaria e que o que eu precisasse, era só pedir... nos abraçamos, a levei até a porta e nos despedimos.
Passei a chave na porta e voltei a deitar no sofá... e quando tinha acabado de me cobrir, a
campainha tocou. Levantei com dificuldade, já olhando pra cima dos móveis, pois Lú sempre esquecia alguma coisa. E ainda sorrindo abri a porta o suficiente para que a incredulidade se materializasse na minha frente.



postado originalmente em 23 de Maio de 2013 às 18:00
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19 comentários:

  1. Aiii Gentee!! Sofri com a Sunny viu... tenho que confessar que me identifico demais com ela...
    Essa trilha sonora ta cada vez mais envolvente... Já to fazendo o CD hehe... baixando todassss!!
    Destaque pra Zelia Duncan que foi de cortar os pulsos...kkkk "coisas de sapa que ta sofrendo"... #tiposunny ;)

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    1. A Sunny tá sofrendo,coitada. Ela não é insensível a pc de não se abater com o q aconteceu. Mas algo me diz que muita coisa vem por aí! ! Agora me conta: como assim se identifica?
      E fico muito feliz que esteja gostando da trilha sonora. Espero que curta as próximas músicas!
      Bjs lindona.

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  2. Camila... Camila... Isso é coisa q se faça???
    Sunny... vai a luta guria... o q é teu tá guardado...
    k k k

    Se eu falasse com elas seria exatamente assim...

    Coisas de um cto q nos coloca a vontade de dialogar com as personagens...

    Mto bem meninas...

    Nádia

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    1. coitadinha da sunny ... espero q melhore nos próximos capítulos ...
      camila vamos minha fiaa agarre logo essa mulher rsrs.

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    2. Ela tá perdendo tempo né? rsrsrrs
      Beijos Gynna!!!!!!
      Obrigada por estar aqui!!

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    3. Em questão de amor acho q tudo vale apena, mas a camila complica rsrsrs.
      Sabe uma coisa engraçada toda vida q ouço essa musica penso na sunny http://www.youtube.com/watch?v=_MGpfUXKcPA
      nem sei pq O.O bjoss

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    4. Gynna linda, tentei colar o link, mas não consegui. Me manda pelo face pra eu poder ouvir.
      Quem sabe a música não entra na trilha??? Beijoooooooooooooos

      Jenny Hunter.

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    5. bem tentei te add no face mas link q ta aqui nao abri da tipo erro, mas meu é Gynna Gurgel so tem eu msm ^^ ai mando a musica \o

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    6. Tiê - Entregue-se
      Maneva - Lembranças
      ta ai são as duas q adoro lembro das duas Camila e sunny *-*
      espero q goste e sinta igual como eu me sinto ouvindo as musicas rar beijos ^^

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  3. Intenso Junny! Coitada da Sunny. Gosto muito do jeito de amar da Camila, mas ela foi escrota, vamos combinar, deveria ter ficado e conversado né? Muito bom! Bjs

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    1. Minha querida, também gosto do jeito da Camila. Mas eu, assim como a Sunny, não a perdoaria não. Ela foi escrota! Como assim largar aquela morenaça? rsrsr Brincadeira! Posso ficar incitando a discórdia aqui não, senão a Di vai me matar!!! rsrsrsr
      Vamos ver se a Camila toma tenencia!!!
      Beijocas lindinha!!!

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    2. Foi escrota mesmo, concordo, mas ela tem a essência boa né? Tá só perdida no meio de tanto amor. Uma hora ela acorda, tomara que não seja tarde demais. Rs
      Bjs

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  4. Camila que se cuide!!! Sunny pega leve garota! Vai que a Camila se arrependeu...né Di?
    Vai tb que vc ñ resisti ao poder do cheiro!! rs
    Estou curiosa para o próximo capítulo

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    1. Flor, a Sunny só está com raiva. Será que ela aceitaria o arrependimento da Camila assim?
      Sei não hein!
      Vamos aguardar o que a Diedra tem reservado para a o próximo capítulo!!!!
      Beijos linda!

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  5. Ouuuwn... Coitadinha da Sunny minha gente! Ficou totalmente em pedaços, não eah pra menos neah?!
    E Camila, apesar de estar numa situação não muito fácil, por conta de sua "luta interior", mereceu e muito ser chamada de filha da puta! Rsrsrs'
    Mas... Sinceramente! Tô pensando aqui... Pq pelo jeito Camila, marcou diretamente ou indiretamente Sunny de uma forma que nem ela sabe explicar, só queria que elas se resolvessem, faltou um diálogo aew, não sei se ainda há tempo para reverter essa situação, pq foi uma tremenda sacanagem...
    Apesar que tudo pode acontecer, pois tudo eah relativo nessa vida!

    Só me resta esperar até Quinta, pelo próximo capitulo rsrsrs...

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    1. Andressa...
      Acho que tinha que aparecer outra no pedaço pra Camila dar valor e perceber o mulherão que deixou passar. rsrsr
      Concordo contigo no que diz que faltou diálogo. Mas vamos combinar? As duas estavam extravasando... cada uma do seu jeito. Sunny com coragem, é claro! E Camila com impulso...
      Vamos ver no que dá isso ae!!!
      Super beijos gatona!!!!

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  6. Ain que capitulo viu fiquei emocionanda com a sunny vey coitada dela tomara que a Camila sofra tbm mas agora pela verdadeira Sandra oh seja sunny rs bjos amando o conto.

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  7. Uau...
    Tá na hr da Sunny mostrar a q veio...
    Ok... Doeu... mas foda-se... MULHERES--- CHEGUEI---

    Já q a Camila persegue um fantasma, deixa a Sunny q tá bem viva aproveitar a vida.

    Parabéns, meninas.
    Mto Bom.
    Nádia

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  8. Olha, tô meio atrasadinha na leitura do conto mas, olha, Jenny, a citação ao "Feitiço de Áquila" foi perfeita ! Ás vezes, o amor entre nós mulheres, parece mesmo aquele feitiço. Parabéns pela lembrança !

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